Muitos casais se separam, simplesmente porque não cuidaram ou não prestaram atenção nas necessidades básicas um do outro.

Desejo apresentar neste espaço, em tópicos, os principais assuntos relacionados à união conjugal que julgo ser a base para a construção de uma família estável e que se forem negligenciados podem levar ao desgaste e provocar a separação, às vezes precoce, do casamento.

Tenho ouvido testemunhos de casais que se separaram e depois de entrar em um novo relacionamento perceberam que pontos comuns, por vezes repetitivos, precisaram ser trabalhados agora na segunda relação.

Também é meu objetivo esclarecer esses pontos que precisam de tratamento, sempre a luz da Palavra de Deus que é a bússola para acertarmos o norte de todas as relações humanas.

A bíblia é sem dúvida a principal fonte de consulta que usei para este fim, mas me baseei também em literaturas sérias, de autores que tem formação especifica para o tratamento conjugal, tais como psicólogos, pastores terapeutas de casais, psicanalistas, entre outros.

Ao termino deste estudo, depois de seguidos todos os passos, espero que muitos paradigmas sejam quebrados e que a reflexão dos erros e acertos de cada relacionamento seja motivo de fortalecimento das uniões familiares.

INTRODUCÃO:

Deus em seu projeto original criou os céus e a terra, conforme descrito em Gn 1.1.

Após este momento da criação não se sabe se há intervalo de tempo ou, se há, de quanto é esse intervalo para o verso 2 do mesmo capitulo.

Correntes teológicas conjecturam que nesse lapso temporal os mundos espirituais foram criados e houve o desenrolar de toda a história da ascensão e queda da terça parte dos anjos, bem como a permanência das outras duas partes restantes no Reino dos Céus e sua fidelidade ao Criador.

Assim postulo que após a queda dos seres metafísicos, criou Deus o mundo material como conhecemos e nele colocou o Homem como coroa da criação para mostrar aos caídos que seres relativamente inferiores poderiam, mesmo sem conhecê-lo, optar por obedecê-lo apenas pela recompensa de estar com Ele, tendo suas vidas salvas do mesmo destino daqueles outros.

O Pastor Miles Monroe, em uma de suas mensagens, disserta que Deus em sua soberania estabeleceu o mundo material como extensão de seu Reino e Governo, colocando o Homem como seu legítimo representante, ou seja, seu embaixador. Como tal, o Homem deveria reinar de acordo com as leis do Reino que ele representava. No entanto, com o pecado o Homem deu legalidade a outro governante para que esse dirigisse o mundo com suas regras de morte e destruição, sendo o Homem seu representante e agente de mudança.

Monroe propõe que reino significa domínio e que quando o homem se entregou ao pecado e por ele foi dominado, não mais o Reino de Deus dominava a raça humana.

Deus, então, em sua Onisciência preparou o plano de redenção desde a fundação do mundo (Ap 13.8), enviando seu Filho Jesus, que pagaria o preço pela retomada do Governo e o resgataria, devolvendo-o aos seus seguidores e irmãos adotivos, aos quais foi dado o poder de serem feitos filhos de Deus.

Ainda segundo Monroe, o primeiro reino a ser retomado e dominado após a aceitação do Evangelho de Cristo é o próprio coração do Homem que estava sob domínio do “Mal”.

Sob meu ponto de vista, baseado na teoria de Monroe, após a retomada do domino do coração do homem, o segundo reinado a ser exercido é o domínio da família, criada no Éden como principal reduto a ser protegido e guiado pelo macho do clã. 

Por isso, acredito ser a família um dos maiores alvos do inferno.

O “Mal” e seus associados têm investido com todas as suas forças sobre a família, provocando sua dissociação e desintegração, afastando-a do plano original.

Seus meios?

A mídia mundana, o neoliberalismo e outras estratégias onde as ideias da relatividade das regras sociais mudam as formas naturais da vida, tais como relacionamentos ilícitos, falta de respeito aos pais e mais velhos, falta de afeto natural, ausência de amor próprio e ao próximo. Um completo descrédito de Deus e desrespeito pelo Sagrado são exemplos hoje vistos sem precedentes.

Assim sendo, o presente trabalho além de ter como pretensão concluir o Bacharelado em Teologia, apresenta uma opção para pastores e lideres de grupos de casais tratarem as diversas áreas do relacionamento conjugal que se apresentam, muitas vezes, feridas nas batalhas diárias da vida a dois e em família.

Alguns dos tópicos aqui abordados vão de encontro a conceitos que foram degenerados no decorrer das últimas décadas e em alguns momentos abrem as feridas para, depois de tratadas, curá-las e promover a cicatrização das mesmas, tudo à luz da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, e sob o bálsamo do Espírito Santo.

Assuntos como aliança, compromisso, fidelidade, companheirismo, cumplicidade, relação com pais e sogros, crises conjugais, comunicação como necessidade de primeira ordem nas relações, o papel de cada cônjuge e o perdão, são abordados para criar um clima de reflexão, renuncia, mudança de postura e melhora da vida a dois.

Ao longo de vários anos, eu e minha esposa nos deparamos com situações em que casais em fase de separação se reconciliaram após serem ministrados, outros que viviam amasiados decidiram regularizar-se perante Deus e a sociedade, optando pelo matrimonio civil e religioso.  Outros tantos, entendendo que os problemas decorrentes de suas vidas são comuns a muitos casais, acharam as respostas que precisavam e redirecionaram seus relacionamentos de acordo com a Palavra de Deus, fortalecendo assim seus casamentos.

Creio que o que falta em muitos casamentos é, sem duvida alguma, a terceira dobra do cordão, como descrito no livro de Eclesiastes 4 e versículo 12.

Dentro deste contexto é que os relacionamentos são trabalhados para que sejam restaurados e fortalecidos por Deus.

Deus seja louvado.

Vou postar novas publicações em capítulos. Aguarde.